Erofusões

Da série Experimento fogo

Erofusões 1 e 2
Técnica: Desenho sobre chapa de cobre
Materiais: Cobre, ácido sulfúrico e fogo 
Dimensões: 0,5 x 2 m
Ano: 2009/2010

Eros e o fogo, a sensibilidade da pele, um cobre que se eriça literalmente quando o fogo concentrado de um maçarico atinge a sua superfície.

A cor se revela nessa alquimia do encontro do fogo ar como chama e do fogo água como ácido, num jogo de provocações, contaminações, uma troca de afetar e ser afetado.

Gestos chama e gestos líquidos produzem acasos que tentam ser manipulados e de alguma maneira são integrados pelo próprio trabalho. A partir desse ponto só é possível intuir e sugerir o rumo do desenho, porque não há controle do resultado final.

Erofusão 1

Um limite físico é o contorno da chapa, como o da cama, mas a imaginação vai além e a paisagem do corpo erótico é inventado, o desejo é também uma paisagem de um novo corpo na fronteira que cria os contornos, o traço tem de se entregar e fundir-se.

Os gestos  traçados, os territórios cromáticos e o mistério dos espaços vazios funcionam como tensores da sensação. Elementos que colocam as figuras  em variação. E vão se compondo com outras camadas e texturas, dando uma profundidade para imagem. 

Essas profundidades são uma vontade escultórica para dentro da superfície.

Erofusão 2